BRINCADEIRA ATREVIDA

Faz de conta que eu era

Aquele que não sabia brincar,

Que só de olhar

Já ficava perguntando

Se era de verdade ou mentirinha;

Que não confiava nas historinhas

De João e Maria.

Mas a brincadeira era gostosa

Fazia-me sorrir e dava prazer;

Com tantas coisas pra fazer

Algumas poucas eu fazia.

E você, Divina, brincava

Sabia a verdade e não me dizia...

- “Pra que? Se tu já estás brincando?”

E eu quase adorando

Não me esquivava, não fugia.

Mas passava o tempo,

Passávamos as mãos,

Alguns poucos nãos

E muitos suspiros.

As poucas roupas que tiro

Já era da brincadeira.

Não sei se curandeira

Ou parte do meu espírito,

Contava histórias recentes

Remexendo meu passado

E como quase logrado

Eu ia ficando tonto.

Depois de muitos espasmos,

De beijos com carinho e solidão,

Não se dizia mais não

Nem brincando de casinha.

Nossas mães (vidas) nos chamando:

- Tá na hora de voltar!...

Ninguém quis chorar

Querendo brincar mais,

Pois agora já tanto faz

Se era faz de conta ou agonia.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 30/07/2011
Código do texto: T3128428
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