Peraltices do Desejo
Ela estava acompanhada, mas me olhava...
E como ela me olhava!!!
Bastava uma oportunidade e ela me olhava...
Disfarçava e me olhava...
Pensei que era uma simples coincidência,
mas era tal a persistência e frequência,
daqueles olhos interessados e curiosos,
brilhantes, enigmáticos e meticulosos...
Aquele olhar era obstinado e me desafiava...
Pleiteava uma atitude e me desafiava...
Testava minha ousadia e me desafiava...
Era tanta sensualidade, que me desafiava...
Mas logo, me vi encastelado pelo imprevisto,
até cogitei ser uma brincadeira de mal gosto,
porém, percebi seu intento, quase incontido,
quando ela simulou chupar seu próprio dedo.
Ali descobri o gigantismo do seu desejo...
O ousado gesto expressava todo seu desejo...
O audacioso brado de socorro do seu desejo...
Cabia a mim buscar saciar tanto desejo...
E assim que ela levantou-se rumo ao banheiro,
aproveitei essa chance; fui ligeiro e sorrateiro!
Invadi sua privacidade, como ela tanto ansiava,
agi feito uma fera no cio, enquanto a deflorava.
Seus olhos expressavam puro prazer...
Nenhuma palavra, somente o prazer...
Sorriso inconfundível de grato prazer...
Abraço apertado de fastigioso prazer...
E depois, mesmo ainda acompanhada,
ela ainda me olhava...