Noites...
Não me perturbes com esses olhos
Tua fala provoca mudanças em mim, em minha alma.
Essa noite ficarei só!
Livre de emoções...
Não fales nada
Teu desejo queima minha pele
Desfaz minhas vontades
Teus cabelos negros como o abismo
Teus olhos profundos como a queda...
E a cada toque o perde dos sentidos
Tudo que me resta é tua carne nua
Sentida a cada inspiração
Enquanto o unguento se derrama
O tempo calmamente se esvai
Tudo se torna lento
Apenas teus lábios ávidos
E a curva de teu corpo
São percebidos
Pois tudo é disforme ao redor
Meus olhos a procurar os teus
Na dança continua dos corpos
Corpo e alma fundidos
Entrelaçados em um ato divino
Durante a noite perturba-me
Com esses seios desnudos
E voz rouca...
E ao amanhecer de cada dia vejo apenas
O vazio de teu corpo quente
A lembrança de mais um delírio
Provocado por ti
Minha dama
E em cada hora me vejo confundido por teus atos
Tua fala sem sentido exato
Apenas fazendo de mim servo e senhor
Do tempo
Tempo dado por teu desejo, meu desejo...
Unificação.