Miragem
Vejo teu corpo desenhado
Submerso no lençol
Como a estátua de um deus
E não mais és meu
Sobre o teu ombro guardei
Meus risos e suspiros
Desatino, enganos meus?
Ontem mesmo, à noite
Entre meus seios sedentos
Semeaste alento;
Em meus músculos suaves
Enterraste o desejo.
Hoje sei:
Não mais és meu
E em teus olhos
Amanhecidos
Não mais me vejo.