Desejo atiçado
 
Queria ter-lhe então
Secreta e suave
De prazer e paixão
Como se eu te fosse
Submissa e rebelde.
Que fosse um tango
De multiplicados sentidos
Tocado na minha pele
Como se um violino fosse,
Por teus dedos, como arco, dedilhada
Por inconfessáveis desejos incontidos
Como se dóceis fervores na boca imaginada
E que os teus odores em cio me chegassem.
Incógnita vontade de anseios ilícitos
As tuas mãos e os teus olhos me devorassem
Insurgissem me atiçando num querer sem calma
Beijos selvagens,  devoradores furtivos
Na busca, secreto desejo incontido da alma
Em prece, pedindo que juntos insanos
Nossos corpos se amansassem
Em irregulares verbos profanos
Se amassem e se cansassem, doídos de beijos
Deliciosos desejos inconfessáveis...