Sob a árvore, à sombra dela,
eu o vejo da minha janela
e olho, meio escondida,
mas sem nenhum pejo,
o homem que almejo.
Eu sinto que há dentro dele
a mais intensa lembrança
e essa mesmíssima procela
de querer (e não mais poder)
ter a noite que já tivemos.
Ele engole o seu desejo
junto à fumaça, ao fumo
e só, segue o seu rumo,
sem o prazer de saber
que sonho (em exagero)
com o seu louco beijo.
A lua, tão bela e nua,
ilumina toda a rua
rindo de nosso desespero.
Silvia Regina Costa Lima
12 de março de 2010
Obs: Esta poesia é uma continuação para o Poema a 4 mãos:
"A lembrança" - (Teacher Gil e Silvia Regina)
http://www.recantodasletras.com.br/duetos/2135156