Confesso que tentei
São estranhas as mãos que descobrem
meu corpo
em passeio tardio,
minhas terras aveludadas
e frias...
A boca que de mim me alivia é desconhecida
e pura:
saboreia cores, ritos e suores;
bebe da fonte de lava quente;
engole os suspiros,
os sustos,
o silêncio.
Os olhos de puro tição escuro adentram
aos umbrais da floresta densa,
devastada.
E queimam a alma; desbravam segredos arduamente reconstituídos,
registram à posteridade meus olhos marejados,
minha face lívida,
finalmente acalmada.
O prazer dentro do meu prazer,
ao redor do meu prazer,
estremece troncos e nuvens;
pesam os corpos e, quem sabe,
uma chuvinha fina venha brilhar sobre as folhas, ao luar.
As mãos caminham, calmas:
a curva quase casta da garganta,
a quase reta curva da cintura,
o monte do qual se aprecia o amanhecer...
Não há retorno, e são estranhas,
as mãos.