Boca louca
Ela fala com meu falo...
na garganta entala minhas conjeturas
num linguajar ensandecido,
enquanto suga minhas preocupações
e eu desfaleço em sensações,
e esqueço o que tenho vivido...
Incansável em seus argumentos,
sua língua passeia maliciosamente
nas partes de mim, quando não me sustento
e compõe os espaços entre tantas rupturas...
conduz a viagem, estipula o acordo.
Incontido, meu corpo explode, a lava escorre...
e sua boca, sedenta de mim, ainda socorre
quando em vez de calar seu silêncio
entre um beijo e outro, se pronuncia...
excita de novo, varia... e satisfeito eu a mordo!