Olhos
Esses olhos
Que me observam com mais vida
Brilhantes, chamas que me chamam
Sorriem em um rasgado felino, se fecham
Para abrir a alma
Esses olhos
Que me dizem mais do que tudo
Que eu leio o meu futuro
São eles, o que procuro
Na noite sob o luar
Os olhos azuis, os olhos verdes
Os olhos da cor da argila
Que moldam a alegria
Que provocam
Esses olhos
Me cegam, me guiam
Faróis em plena escuridão
Alvos das minhas fantasias
Olhos que me fazem rir e me fazem chorar
Esses olhos, poços de mistério onde me afogo
Que acendem e queimam e esquentam e acolhem
Ardentes olhos de desejo, desespero, derradeiros
Pedras preciosas
Ao me fitar, nos olhos
Estremeço, o inverso da Górgona
Olhos-esfinge, olhos-místicos
olhos-jamais-ignoráveis, sensuais
Inclassificáveis