Olhos

Esses olhos

Que me observam com mais vida

Brilhantes, chamas que me chamam

Sorriem em um rasgado felino, se fecham

Para abrir a alma

Esses olhos

Que me dizem mais do que tudo

Que eu leio o meu futuro

São eles, o que procuro

Na noite sob o luar

Os olhos azuis, os olhos verdes

Os olhos da cor da argila

Que moldam a alegria

Que provocam

Esses olhos

Me cegam, me guiam

Faróis em plena escuridão

Alvos das minhas fantasias

Olhos que me fazem rir e me fazem chorar

Esses olhos, poços de mistério onde me afogo

Que acendem e queimam e esquentam e acolhem

Ardentes olhos de desejo, desespero, derradeiros

Pedras preciosas

Ao me fitar, nos olhos

Estremeço, o inverso da Górgona

Olhos-esfinge, olhos-místicos

olhos-jamais-ignoráveis, sensuais

Inclassificáveis

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 06/11/2008
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T1268575