RUA MAMEDE SIMÕES

RUA MAMEDE SIMÕES

Lá na Rua Mamede,

tem poetas que escrevem;

estudantes mascando chicletes,

entre a fumaça de alcatrão.

Tais poetas, quisera, merecem,

as estantes da Livro Sete,

como prêmio ao rico nordeste,

dos humildes de coração.

O Capibaribe passa bem a Leste,

Ante o Ginásio e a Assembléia.

Burgueses, nobres e plebe,

dão vida às Ruas Aurora e União.

Por lá estacionam-se toyotas,

mercedes, golf, chevetes

os drinks viram manchete,

tudo em forma de celebração.

À noite, mata-se a sede,

via whisky, doses de pileques.

Os bares tornam-se sedes

dos clãs alcoólicos irmãos.

As calçadas viram quitinetes

pros gatos, bêbados, pivetes e,

do papelão, faz-se colchonetes,

que de sujeira, só o próprio chão.

O Parque 13 de Maio surge a oeste,

dos macacos, araras silvestres;

das crianças na gangorra: alegres...

...pardais e pombos pelo calçadão.

O cotidiano se sucede.

O som do “jazz” se repete.

Entre chopes, flanelas padecem.

Na madrugada: brisa e comunhão.

É assim lá na Mamede.

O fiado todos esquecem.

Na viela - à vida - todos merecem.

Afinal, todos são cidadãos.