A MINHA TERRA
Meus pés descalços, lá pelos dias de minha infância;
Correram livres nessa terra talhada, de dores e poesias;
Minhas alegrias se batizaram, em seus meses de chuva em abundância;
Terra de antagônicas circunstâncias, que não anulam a cultura de sua alegria!
Terra de capital insular, de solo dourado e maré singular;
A única não nascida dos portugueses, mas repleta de lusitanismo;
Que se orgulha da riqueza literária, de sua cultura popular;
Que se envergonha do atraso, triste legado de seu coronelismo!
Terra de ninfas inspiradoras, e dos Hércules sociais;
De coloridos espalhados, de sorrisos escancarados;
Onde ainda se avistam palmeiras, e onde ainda cantam os sabiás;
Terra de mangues generosos, de rios e mares entrelaçados!
A minha terra adormece, sob lençóis paradisíacos;
As suas dunas e lagoas, inspiram lágrimas e espanto;
Suas crenças e mitos, temperam seus fartos frutos e suculentos mariscos;
E quando se encontram sol e mar, faz de seu ocaso um acalanto!
A minha terra tem pele morena, tem sabor de caju e babaçu;
A sua gente guerreira, soergue a suntuosidade das terras mais distantes;
Se é cinza a pobreza cá de baixo, é límpido e impávido seu céu azul;
Terra de natureza exuberante e de históricos azulejos deslumbrantes!
A minha terra vive em mim, porque sou fruto de seu nobre pó;
É meu orgulho e meu amor, é a pátria forte de meu coração;
Sou preso a ela por convicção, sob as amarras de incontornável nó;
Sou poeta amante do mais lindo torrão...terra de gigantes, meu Maranhão!!