A MINHA TERRA

Meus pés descalços, lá pelos dias de minha infância;

Correram livres nessa terra talhada, de dores e poesias;

Minhas alegrias se batizaram, em seus meses de chuva em abundância;

Terra de antagônicas circunstâncias, que não anulam a cultura de sua alegria!

Terra de capital insular, de solo dourado e maré singular;

A única não nascida dos portugueses, mas repleta de lusitanismo;

Que se orgulha da riqueza literária, de sua cultura popular;

Que se envergonha do atraso, triste legado de seu coronelismo!

Terra de ninfas inspiradoras, e dos Hércules sociais;

De coloridos espalhados, de sorrisos escancarados;

Onde ainda se avistam palmeiras, e onde ainda cantam os sabiás;

Terra de mangues generosos, de rios e mares entrelaçados!

A minha terra adormece, sob lençóis paradisíacos;

As suas dunas e lagoas, inspiram lágrimas e espanto;

Suas crenças e mitos, temperam seus fartos frutos e suculentos mariscos;

E quando se encontram sol e mar, faz de seu ocaso um acalanto!

A minha terra tem pele morena, tem sabor de caju e babaçu;

A sua gente guerreira, soergue a suntuosidade das terras mais distantes;

Se é cinza a pobreza cá de baixo, é límpido e impávido seu céu azul;

Terra de natureza exuberante e de históricos azulejos deslumbrantes!

A minha terra vive em mim, porque sou fruto de seu nobre pó;

É meu orgulho e meu amor, é a pátria forte de meu coração;

Sou preso a ela por convicção, sob as amarras de incontornável nó;

Sou poeta amante do mais lindo torrão...terra de gigantes, meu Maranhão!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/04/2008
Reeditado em 23/07/2008
Código do texto: T938279
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