Trovões

Do espanto não veio o pranto

Nem tão pouco a maldade

Veio como castidade

A fiel filosofia.

Não ardia, era fria.

No afiar das peixeiras alagoanas

Quantas Anas, tantas Marias.

Em outros dias elas não sorriam

Qual festa de quinze anos

No desabrochar dos gametas

Poetas, profetas, planetas.

Que renascem ao inspirar nordestino.

Sorriam feito menino

E seu boneco de barro

Ao seu primeiro beijo

Na alma nua da terra.

A nuvem que clareia,

A terra molhada,

O pisar nas calçadas

O pé nu nos espinhos

O alumiar dos relâmpagos

A voz roca que grita

Marias e anas plantam

Com chuva, lagrima e sorrisos.

E lá de cima o aviso

Que deveriam cantar

Com enxadas, foice e sementes.

E nas juninas dançar

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 09/04/2008
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