Trovões
Do espanto não veio o pranto
Nem tão pouco a maldade
Veio como castidade
A fiel filosofia.
Não ardia, era fria.
No afiar das peixeiras alagoanas
Quantas Anas, tantas Marias.
Em outros dias elas não sorriam
Qual festa de quinze anos
No desabrochar dos gametas
Poetas, profetas, planetas.
Que renascem ao inspirar nordestino.
Sorriam feito menino
E seu boneco de barro
Ao seu primeiro beijo
Na alma nua da terra.
A nuvem que clareia,
A terra molhada,
O pisar nas calçadas
O pé nu nos espinhos
O alumiar dos relâmpagos
A voz roca que grita
Marias e anas plantam
Com chuva, lagrima e sorrisos.
E lá de cima o aviso
Que deveriam cantar
Com enxadas, foice e sementes.
E nas juninas dançar