Meu sertão
De repente eu vi o Sol nascer no mau sertão
A vida crescer, a felicidade florescer
Vi que minha terra era a mais bela
Mesmo com a seca que não quer ceder
Vi a luta do meu povo pra sobreviver
A felicidade no rosto do boiadeiro sofredor
A garra de lutar pelos seus sonhos
Sonho de o inverno esse ano poder ver
Vi que a mais aguerrida
É a minha gente
Que não desiste de ver o verde no chão
E de ver o milho e feijão crescer excelente
Que minha terra é um berço de cultura
É palhaço fazendo o povo feliz
É teatro de rua ali
É dança folclórica aqui
Quando chove é aquela alegria
O povo corre pra rua
Vai ver cair à água mais sadia
A pena é que não da pra ver a Lua
O Sol castiga o solo
Castiga o pobre do agricultor
Que se protege com seu chapéu de palha
Tentando não sentir dor
Sua vida é difícil
Pouco dinheiro
Mas muita vontade de viver
E de não mais sofrer
É a terra dos homens mais temidos do Brasil
Os homens do cangaço
Comandado pelo mais valente homem que pisou nesse chão
O poderoso Virgulino Ferreira, o Lampião
E é nessa terra
Que em poucos versos
Tentei descrever
Que eu tenho o orgulho de viver
Pablo Vinícius
12/08/2007