Amanhecer no Cerrado
“Amanhecer no cerrado”
Ainda é noite, quando saio
Sinuosa estrada é a vida graça
Frio faz quando ninguém lhe abraça
Me aperta forte que não caio
Neblina torta nos rios
Brilho ao longe do sol goiano
Tiziu pula no mato cantando
E paro ali minutos a fio
Primeiro o céu rosa
Depois o laranja de nuvens raras
Revoada de araras
E eu ali todo prosa
O calor no meu corpo sobe
Irmanado que estou com a natureza
Capim navalha não corta a beleza
E eu de tão absorto fico esnobe
Pareço fazer parte do cenário
E em um beijo me derreto
Sei que não é correto
Mas assovio como canário
Vou voar daqui a pouco
Para o ninho milionário
Daqueles que nada tem, louco
Além do amor do amanhecer diário.
JB Alencastro