Amanhecer no Cerrado

“Amanhecer no cerrado”

Ainda é noite, quando saio

Sinuosa estrada é a vida graça

Frio faz quando ninguém lhe abraça

Me aperta forte que não caio

Neblina torta nos rios

Brilho ao longe do sol goiano

Tiziu pula no mato cantando

E paro ali minutos a fio

Primeiro o céu rosa

Depois o laranja de nuvens raras

Revoada de araras

E eu ali todo prosa

O calor no meu corpo sobe

Irmanado que estou com a natureza

Capim navalha não corta a beleza

E eu de tão absorto fico esnobe

Pareço fazer parte do cenário

E em um beijo me derreto

Sei que não é correto

Mas assovio como canário

Vou voar daqui a pouco

Para o ninho milionário

Daqueles que nada tem, louco

Além do amor do amanhecer diário.

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 12/03/2008
Código do texto: T897486
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