Raízes do interior paulista
No sertão profundo, onde o céu se estende,
O sol brilha forte e a terra se defende.
Caminhos de poeira, mas corações que cantam,
A vida aqui é dura, mas as almas se encantam.
O gado leiteiro, tranquilo ao amanhecer,
Monta a sinfonia de um campo a florescer.
E a cana se ergue, alta e imponente,
Monocultura que pinta o horizonte ardente.
Homens de mãos calejadas, traços de luta,
Em cada gesto, uma história absoluta.
As usinas de açúcar, com seu peso e calor,
São parte da vida, do suor, do labor.
Gente simples e honesta, sorriso aberto,
O café na panela, aroma que desperta.
Os vizinhos se cumprimentam com um gesto tão fiel,
No aperto de mão, se firma o contrato de céu.
Crianças nas ruas, com bolas a correr,
Futebol e risos, onde o tempo vai se perder.
O sertão, com suas cores e sons, é vasto,
E cada rosto traz um sonho alto e casto.
Moda sertaneja embala os passos,
E o acordeão soa com ecos de abraços.
Na memória, os italianos e portugueses,
Raízes que brotam entre as folhas e as redes.
O café quente aquece o coração,
E a vida, com sua calma, se faz oração.
A seringa que se estende, o campo a chamar,
Nos olhos de quem olha, o desejo de prosperar.
Nas tardes douradas, a terra se aconchega,
As árvores, testemunhas, veem o povo que se entrega.
Aqui, o tempo não se apressa, a jornada é sem fim,
Mas na alma de todos, vive o futuro, forte e afim.
O aperto de mão é gesto sagrado,
O pacto que une o povo, que sempre é honrado.
No campo e na vida, se forja o destino,
Entre o cheiro da terra e o som do sino.
Oh, terra de esperanças, raízes a brotar,
Teus filhos se levantam para o sonho conquistar.
A seringa, a cana, o café, os corações a vibrar,
Na terra que te acolhe, o futuro a cantar.