Hidra dos cativos
Os negros de minha hidra
Do Gurupi a Santa Helena
Deixaram as marcas seguidas
Da liberdade, à duras penas
Nos pântanos da resistência
De Turiaçu até Viana
Vejo nos rostos, as presenças
Dos heróis de pouca fama
São Benedito do Céu, amiúdes
De lares e um santo de preces
Refaz o Negro Cosme em vislumbre
Trazendo a paz que se deve
Assim surgiu a certeza
Na Viana de insurreição
A floresta assim se fez negra
Tribo de Jah, quero ouvir tua canção
Caçados como cães malditos
Entre feras e índios, então
Foi o preto assim escondido
A Lei Áurea tem sangue nas mãos
Pois, se um negro, assim em regresso
A polícia levou à prisão
Morreria n'algum poço aberto
Espetado por varas no chão
Das Palmares, uma última fronteira
Parauá, bem aí, se viveu
Os libertos por si. Que princesa!
Rei Estevão, existiu. Era seu
Pois, o negro triunfou, de fato
Na mesma era em que se descobre
Que ouro encontrou o mulato
E assim, n'algum tempo, o fez nobre
Jamari dos Pretos, São Benedito
Em teus quilombos posso ver
A Wuakanda em fantasia
No ideal que ainda se crer