PORONGO DA VIDA

Velha cuia companheira

Quantos mates pela vida

Sacra taça campeira

Relicário de minhas lidas

Esquentou tanta friagem

Refrescou o calor do verão

Semeou muita camaradagem

Em rodas de chimarrão

Nos goles do teu amargo

Tantos planos e lembranças

Pensamentos em passos largos

Companheira nas andanças

Celebramos perdas e ganhos

Contigo firme em minha mão

E no entra e sai dos anos

Sempre escutavas meu coração

Em ti as filhas sorveram

Os primeiros goles de mate

Agora adultas, cresceram

Lutam seus próprios embates

Semeiam mates e histórias

Trilham um rumo fecundo

Vão buscando suas vitórias

Chimarreando pelo mundo

Eu e tu cuia sagrada

Unidos pela infusão quente

Seguimos nossa caminhada

Até que o Pai Onipotente

Resolva, enfim me chamar

E aí, terei só um pedido

Quando a última hora chegar

Permita Ele, te levar comigo

Para, na eternidade matear!!!