Herdeiro do Pago

Irei lhe contar uma minuta

De uma nação que enfrentou muita luta

De uma terra mãe de cascos e esporas

De uma tropilha que nunca houve de ir embora.

Vastos pampas gaúchos que carregam tantas histórias

Recordam de velhas memórias

Pois lá da fronteira escutará

Que meu sangue em verde, vermelho e amarelo escorrerá.

Ao ver campos tomados de éguas crioulas com potros ao pé

Sei que a querência retornei, a tempo da paleteada quem sabe até

Seja bragado ou rabicano, baio ou zaino, rosilho ou mouro

O gaúcho grita pelo Freio de Ouro.

Dançarei ao som do violão, derramando a cultura de meu rincão

Não importa com que prenda ou peão, todo chão é salão

Arrematarei o último sapateado em qualquer ensaio

Para acompanhar a bela trilha do Balaio.

As antigas prosas rotineiras nas coxilhas com um mate amargo

Após o descambar do sol, servem como descargo

Amadrinhando vem aquele churrasco campeiro

Que à noite, no manto da Estrela Dalva, nada mais escuta além do braseiro.

Pois há quem diga que não reconhece um apadrinhado

Já de outras terras vem pilchado e de barbicacho atado

A bombacha, a boina, a saia, a guaiaca servem de retrato

Mas se resumem a um lenço de nó maragato.

Em qualquer galpão gaúcho, Uruguaiana, Osório ou Alegrete

Hei de ter o gado pastando no piquete

Com o cusco pastor que os guia

E facilita a lida do dia a dia.

Então, sejamos gaúchos, sejamos guerreiros

No espírito do vinte de setembro sendo nobres tropeiros

Como o hino da nossa bandeira encerra

Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra

Assim, orgulhando-me da tradição, declamarei a todos pelo imenso mundo que vago

Que serei sempre herdeiro deste pago.

Lanka
Enviado por Lanka em 10/10/2024
Reeditado em 10/10/2024
Código do texto: T8170596
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