Nostalgia do Asfalto ( Para Goiânia)

Andar calmamente pelas ruas

de Goiânia, nas emendas dos

asfaltos decrépitos, sob um

mormaço de agosto.

O Bandeirante da Praça

sem Praça, olha-me com

certo desprezo. Herói ou

bandido?

O vendedor de bilhetes da

loteria grita: - Olha, o macaco!

Corre hoje, quer ficar rico, doutor?

Art Déco escondida sob a ferrugem

de placas malditas, lágrimas de piche

escorrem de rostos anônimos que

foram vitimados do trânsito assassino.

Sem o cachorro quente da Lojas

Americanas, sem o vendedor de

Mapas, sem o Café Central, sem

a Livraria Cultura Goiana, sem

o Bariani Ortêncio, ainda bem

que restou sua bela casa.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 09/08/2024
Código do texto: T8125333
Classificação de conteúdo: seguro