Nostalgia do Asfalto ( Para Goiânia)
Andar calmamente pelas ruas
de Goiânia, nas emendas dos
asfaltos decrépitos, sob um
mormaço de agosto.
O Bandeirante da Praça
sem Praça, olha-me com
certo desprezo. Herói ou
bandido?
O vendedor de bilhetes da
loteria grita: - Olha, o macaco!
Corre hoje, quer ficar rico, doutor?
Art Déco escondida sob a ferrugem
de placas malditas, lágrimas de piche
escorrem de rostos anônimos que
foram vitimados do trânsito assassino.
Sem o cachorro quente da Lojas
Americanas, sem o vendedor de
Mapas, sem o Café Central, sem
a Livraria Cultura Goiana, sem
o Bariani Ortêncio, ainda bem
que restou sua bela casa.