Rio Origó
Oh, Sudestino, Arigó,
Ou caipira nordestino,
Teu título é um elogio,
Mas não vês o sofrimento.
O nordestino labuta incessante,
Dez meses entre o calor da estufa,
Para então retornar à sua roça,
Que tu, com desdém, consideras preguiçosa.
Tua riqueza brota da terra
Do nordestino esperançoso,
Agora, um pedaço de litoral,
Que ostentas com orgulho e vaidade.
Hoje, o nordestino vive uma ilusão,
Troca o suor da roça por promessas vazias,
Vende sua terra, sua raiz,
Em busca de um futuro nebuloso e incerto.