Sertanejo
Sertanejo
Cardoso I.
Faz escuro,
Estar frio,
Meu amor ainda vem,
Cavalgando pelo campo
Na escuridão além.
Nessas terras em que vivemos,
Quase nunca estamos só
Como cavalos selvagens
Correndo por vossas vontades;
Assim levamos a vida no campo,
Cavalgando de canto a canto,
No sinal do boaideiro
A tocar o seu berrante
Por um prolongado instante.
Enquanto a escuridão da noite cai,
Iluminando com lamparinas
Como brasas ardentes,
Ou com a luz da fogueira,
Próximo ao campo ou de uma ribanceira.
A saga do homem do campo se faz,
Contando histórias na roda ,
Ou moda de viola,
Um samba,
Um pouco de tudo
Até de cartola;
E assim passam os dias do sertanejo,
Como uma estrela cadente
Iluminado a escuridão da noite,
Como animal selvagem incontrolável,
Saudoso, nostálgico e amável;
No próximo dia repete-se a siná,
E assim voam as horas,
Alegres e sorridentes,
Alegrando tanta gente,
Como joviais estrelas cadentes;
Faz escuro,
Finalmente meu amor chegou,
Veio de terras distantes
Deu sinal de longe
Tocando seu berrante.