Cordel do paulista

Na terra da garoa,

Que é a grande São Paulo,

A língua tem variação,

Que é bem daora e bacana,

Cada canto tem seu jeito,

De falar com muitas mana.

Lá no centro, é ligeiro,

O falar é bem famoso,

“Oi, beleza, meeoo?”

É comum, sem estorvo.

Nas ruas e nos comércios,

O sotaque é prazeroso.

Na zona leste, por exemplo,

Tem um jeito bem arretado,

“Oxi” e “mano” tá presente,

Pra todo canto, lado a lado.

O pessoal é animado,

No falar, é respeitado.

Na zona sul, bem variada,

Tem de tudo um bocadinho,

Desde o “mó legal” do jovem,

Até o “tá ligado” do vizinho.

O sotaque é diversificado,

Cada um tem seu caminho.

Na zona norte, o estilo,

É bem característico,

“Pô, véi” é comum,

No falar, é pacifista.

O paulistano dessa banda,

Tem um jeito otimista.

Já na zona oeste,

É visto um falar variado,

Do “meu” ao “brother”, amigo,

É um papo animado.

E na Vila Madalena,

O falar é descolado.

E nas quebradas, por aí,

O funk e o rap ecoam,

O linguajar é da rua,

E as gírias sempre voam.

“Demorou”, “tamo junto”,

Os manos sempre entoam.

Na grande São Paulo, então,

Tem fala de todo tipo,

Desde o culto ao popular,

Cada qual com seu bonito.

O falar é um mosaico,

De um povo bem rico.

Na padoca, o pão quentinho,

E o papo vai rolando,

“Pega o pisante, meeoo,

Tá zica, tô admirando.”

Cada palavra um detalhe,

No linguajar encantando.

Lá no Ibira, vai geral,

De rolê na grama verde,

“O farol abriu, se liga!”

E o trânsito sempre ferve.

O falar vai se adaptando,

Em cada canto, observe.

No Itaquerão tem jogo,

A torcida tá animada,

“Manja dos esquema, né?”

A conversa é integrada.

São Paulo é uma mistura,

De fala bem afinada.

Tem o quilão, comida boa,

Na faixa, na virada,

O trampo é mó osso,

Mas a galera é camarada.

Na treta ou no salve,

A amizade é respeitada.

Encerro aqui meu cordel,

Sobre os modos de falar,

Na cidade que é gigante,

Onde todos vão se encontrar.

São Paulo é mistureba,

E seu falar é de encantar!