Ser cearense

Nas banda do meu Ceará,

Lá onde o sol brilha quente,

O povo tem alegria,

E enfrenta o seu poente.

Ser cearense é viver,

Sem temer a tal da gente.

No sertão tem o vaqueiro,

Cabra macho, destemido,

Com chapéu de couro rústico,

E olhar sempre atrevido.

Lá no Cariri tem festa,

Padroeira, bem sortido.

Nas praia de Iracema,

O mar beija a terra arretada,

O vento conta história,

De uma gente afamada.

O cearense é danado,

Tem orgulho, não se acanha.

O falar é arretado,

“Ei, macho” pra todo lado,

O “oxente” sai ligeiro,

E o riso é avexado.

No forró, o pé desliza,

Num arrasta-pé danado.

Tem o bode e a buchada,

Culinária de respeito,

A tapioca quentinha,

E o baião, bom do jeito.

No Ceará, todo dia,

Tem sabor que é perfeito.

De Fortaleza à Quixadá,

Cada canto é uma lindeza,

O sertão, com sua calma,

E o litoral, sua riqueza.

Ser cearense é motivo,

De orgulho e fortaleza.

Na arte, temos mestres,

Patativa, grande nome,

Nas feira e mercado,

O artista nunca some.

O cearense é poeta,

De coração e de fome.

Tem humorista e cantador,

Que faz a vida alegrar,

Na tristeza ou na dor,

Um sorriso há de brotar.

Ser cearense é um dom,

Que só quem é, pode contar.

Na festa de São João,

A fogueira é tradição,

Quadrilha e muito xote,

Rasteira no pé no chão.

O Ceará é festeiro,

Tem cultura de montão.

Encerro aqui meu cordel,

Com orgulho no coração,

Ser cearense é ser forte,

É viver com emoção.

O sol brilha no meu peito,

Sou do Ceará, meu irmão!