NORDESTINAMENTE CARIOCA
O poeta cordelista
Canta o Rio maravilhado
No repente improvisado
E na obra do repentista
Faz no cordel do artista
Num versejar bailarino
Desde o Sul ao Agrestino
Mostrando ser condureiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."
No Rio de Copa Cabana
Maracanã, Galeão
Poesia se fez paixão
Pro vate da mente sana
Que faz folheto bacana
Arrocha na verve o pino
Faz no badalo do sino
Seu repente sorrateiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."
O Rio que inspirou Toquinho
E Vinícius de Morais
Compor versos divinais
Fazer versão em versinho
Da viola de Paulinho
Berço do samba menino
E do clube cruzmaltino
Do futebol brasileiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."
Rio das Ostras, Madureira
Da Rocinha ao Alemão
Do poema e da canção
De Beija flor e Mangueira
Sapucaí altaneira
E o carnaval cristalino
Que dá o verso no tino
Ao menestrel violeiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."
Viva o Morro do Borel
Com Aterro do Flamengo
Da Lapa até Realengo
Do pensador Gabriel
Mestre Azulão menestrel
Do repente genuíno
No folheto matutino
E o Corcovado primeiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."
Refiz o Rio dos painéis
Praia do Leme e Pontal
Viva Vigário Geral
O afroreggae nos papéis
Tijuca da mil cordéis
Niterói rio libertino
Paraíba é peregrino
Cantagalo hospitaleiro
"Aqui no Rio de Janeiro"
"Mora o Cordel Nordestino."