CULTURAIMA
Vindo de pé no chão, ao norte me encontrei
aqui quero habitar, e sonhar a família que Deus me deu.
O sol que arde a pele, que aquece meu coração
aqui me sinto amada, o norte é minha paixão.
Sendo meu Estado querido, aqui sou Roraimada
Sou povo do meu povão.
Nasci correndo os lavrados, pulando com pé no chão
brinquei muito nas praças, nos rios e no grotão.
Telezé é meu patrão! Aqui é muito bão.
Jurei a bandeira com toda glória olhei para o horizonte
senti a brisa do lavrado, o vento do buriti
Deus me viu todos os dias cedo ao plantar, cair,
levantar e a poeira do lavrado sacudir,
porém em cada queda me fez mais forte e
nunca dos meus sonhos desistir.
Aprendi a colher frutas, e dessas posso colher pra ti
aprendi a comer paçoca com banana e do lado
um copo de buriti.
O vento puro do buriti, os rios que aqui me cobre faz-me
dessa terra eu me sentir,
quem me dera em outras vidas, voltar a ser macuxi por que
sei que és um Estado que me faz a cada dia ser mais feliz.
Aqui acordo cedo sem trânsito para me atrasar
posso fazer caminhada, e até mesmo pedalar
participo de corridas com direto a medalha no
peito e as montanhas com todo respeito
também posso escalar ou nas águas de tepequém
a minh’alma lavar.
O ouro que aqui brilha, reluzente que nem diamante
aqui eu sou feliz e verás em meu semblante.
Vem conhecer nós parente!
Nós é bom, nós é animado
para dançar, pular e comer um caxiri
e tambaqui apimentado.
Nas minhas gírias carrego palavras fortes
tuédoidoé, télezé
mas é com elas que podemos nos comunicar
o linguajar que é falado
por mais que seja enrolado sabemos o que o
outro quer falar.
Na corrida da vida, quero suar minh’alma banhar
nos rios do meu bem querer
saberás que dessa pátria quero a bandeira jurar
levando onde quer que vá
o nome do meu povo e assim o reconhecer.
Somos todos famílias, com gírias, costumes e impasses
se quiseres um dia aqui em Roraima morar
te aviso parente, do damorida você não vai escapar