O Velho
Devagar e silencioso é o lume
Que clareia a barra da manhã
Vai-se o céu carregado de estrelas
Dando lugar a luz do arrebol
E um velho cantador
Vindo de onde a onça ruge
Das quebradas do absurdo
De alforge e gibão
Fez manso o seu pouso
De baixo do juazeiro
Nas cantigas de vaqueiro
Espantou a solidão
Estrada de pedra e poeira
Banhada por sol escaldante
Torrente de vida errante
Onde a morte fez pousada
Um pássaro retirante
Voa longe à tardinha
E o velho mais uma vez caminha
Caminha na imensidão da estrada