Cordel para Fídias
Eita, mulé arretada!
Em todos sentido, visse?
Desde a sua belezura
E toda sua meiguice
Inté seus aperreio
E, ôxi, sua arenguice
Mas se arenga é por amor
Se arenga por bem-querer
Vive sempre amulegada,
Mulé igual não se vê
Deixa a gente achamegado
Apaixonado, possa ser
É mulé afeiçoada,
Dessas que nos faz suspiro
Zóio verde té umas hora
É neles que eu me inspiro
Pra escrever esses meus versos
Pra mostrar que lhe admiro
É também mulé de luta
Vive sempre com energia
Parece que nem se cansa
Trabaiadeira, Armaria!
Virada num mói de coentro
Só para se acaba o dia
Só daí o tempo é nosso
Pra fazer o que quiser
Bem juntinho um do outro
Rosto e rosto, pé com pé
Vou dizer pra todo mundo
Que eu amo essa mulé