A CASINHA

A casa que era minha,

já não me pertence mais.

Lá morou Dona Joaninha,

e também meus ancestrais.

Lado direito morava

a Conceição de Nô Rosa.

Ela que sempre trocava

com minha mãe uma prosa.

Lado esquerdo Deus destina

a um ser humano bom,

Dona Maria Filisbina,

mãe de Henrique e Zé Baton.

E lá no fundo vivia,

pra regozijo e deleite,

para nossa alegria,

a Dona Maria Leite.

Já na casa bem de frente

Morou Liu de Bastiana.

Homem de prosa decente,

Um ser humano bacana!

Minha casa era modesta,

mas pra mim era perfeita.

Minh’alma vivia em festa,

sempre alegre, satisfeita!

Aquele fogão a lenha,

cozinha de chão batido.

Duvido que alguém tenha

melhores dias vivido!

Na cama um colchão de palha,

num pequenino aposento,

onde à noite era a batalha

entre o sono e o pensamento!

Na varanda bem pequena,

um guarda-louças e a mesa,

onde minha mãe, serena,

nos servia com nobreza!

O pote de barro cheio

de água fresca pra beber.

Eu tomava, sem rodeio,

para a sede arrefecer.

Na sala a fotografia,

em moldura de madeira,

exibindo a simpatia

do meu vovô João Vieira!

Também era bem modesto

o quartinho de meus pais,

mas isto fica de resto,

pois já não importa mais!

Eles partiram da terra,

ficaram livres da cruz.

Já não existe mais guerra,

pois hoje vivem na Luz!

JUCA VIEIRA

IMPERATRIZ MA

09/03/2024

Juca Vieira
Enviado por Juca Vieira em 09/03/2024
Reeditado em 13/03/2024
Código do texto: T8016203
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