Dinastia Asa Branca

No reinado efervescente,

Existia a viola de dez cordas,

Tocava Asa Branca,

Evocando o Deus sertão, mundão branco.

Rosinha, na vassoura, no chão batido,

Ouvia o trovador ao longe,

Era vento de chuva, era dia quente,

Era criança no peito, era outra no pé.

Deus Branco guardou meu coração,

Fez da saudade minha morada,

Da velha foto surrupiada,

A vida inviolada.

Hoje toco boiada,

Berrante no peito,

Chifre na mão,

Pé de serra,

Cipó no pescoço.

Choro nas cordas de aço,

Dedilho nossa saudade,

Recomponho nosso amor.

Ah Deus, a Rosinha,

Guarda contigo.

Espera por mim.

Um dia hei de voltar.