Mineiro Come Quieto
No silêncio das montanhas, um segredo a revelar,
Ecoa a discrição do mineiro, a se manifestar.
No seu jeito reservado, sem alarde ou alardeio,
Ele come quieto, sem mostrar seu devaneio.
No prato de sabores singelos, de fartura escondida,
O mineiro degusta a vida, sem ostentação ou ferida.
É na sutileza do seu olhar, no sorriso comedido,
Que desvendamos seu mundo, de coração resolvido.
Na quietude das palavras, ecoam memórias e histórias,
A tradição se mantém, nas sutis entrelinhas das glórias.
O sabor dos quitutes, feito com mãos habilidosas,
Revela o afeto oculto, nas iguarias mui deliciosas.
Ele come quieto, como quem aprecia a simplicidade,
Sabe que a verdadeira essência está na humildade.
O mineiro vive o presente, sem alarde ou alvoroço,
Na serenidade do comer, encontra o seu gozo.
Assim, o mineiro nos ensina, com sua forma de ser,
Que a grandeza se esconde na forma de viver.
Comendo quieto, ele celebra a vida com calma e afeto,
Deixando-nos a lição, de um modo discreto.
Que possamos aprender com sua discrição e jeito,
Valorizando a modéstia e o que é perfeito.
Na simplicidade das coisas, encontramos a verdade,
Assim como o mineiro, em cada refeição felicidade.
>>> Poema de meu livro "Terras de Minas"