UTOPIA

Chamaram de independência,

Mas chicotearam o velho Mussanhane,

Nas margens do rio Save.

Gritamos "Vuka, África",

A cada 9 horas,

Ora, isso não importa,

Nascemos no paraíso da escuridão.

Criticam o negro por vir da ganância escura.

A África nasceu de mim,

Sou Nelson Mandela,

Carrego toda nação,

Nesta prisão religiosa,

Que o povo chama de política.

Olho do céu, como a chuva,

Rego a savana arbustiva,

Carrego diamantes nestas terras produtivas.

Chamas de independência?

O Xibalo que suga meu sangue?

Me cria demência e me faz acreditar,

Que sou rico mesmo passando,

Noites sem comer?

Do que ainda chamar de independência,

Se nem podemos correr,

Para o o sul?

Ou ao centro , talvez no norte, onde á palmas de sangue.

Com bandeiras vermelhas na mão,

Gritamos "Vota", a tua volta portuguesa.

Que o meu corpo te pertence,

A minha garganta anseia por gritar de dor,

Ao estalo do teu chicote no meu sofrer.

Sou teu, meu senhor,

Meu Deus de cor diferente da minha,

A gente não é incolor,

Somos iguais, na alma e na dor.

Ouça minha voz, sinta minha dor,

Olhe as minhas lágrimas, neste recinto de vapor,

Meu coração rasga, feito uma veste dos nossos ancestrais.

Nélio Da Costa José
Enviado por Nélio Da Costa José em 29/09/2023
Código do texto: T7896699
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