UTOPIA
Chamaram de independência,
Mas chicotearam o velho Mussanhane,
Nas margens do rio Save.
Gritamos "Vuka, África",
A cada 9 horas,
Ora, isso não importa,
Nascemos no paraíso da escuridão.
Criticam o negro por vir da ganância escura.
A África nasceu de mim,
Sou Nelson Mandela,
Carrego toda nação,
Nesta prisão religiosa,
Que o povo chama de política.
Olho do céu, como a chuva,
Rego a savana arbustiva,
Carrego diamantes nestas terras produtivas.
Chamas de independência?
O Xibalo que suga meu sangue?
Me cria demência e me faz acreditar,
Que sou rico mesmo passando,
Noites sem comer?
Do que ainda chamar de independência,
Se nem podemos correr,
Para o o sul?
Ou ao centro , talvez no norte, onde á palmas de sangue.
Com bandeiras vermelhas na mão,
Gritamos "Vota", a tua volta portuguesa.
Que o meu corpo te pertence,
A minha garganta anseia por gritar de dor,
Ao estalo do teu chicote no meu sofrer.
Sou teu, meu senhor,
Meu Deus de cor diferente da minha,
A gente não é incolor,
Somos iguais, na alma e na dor.
Ouça minha voz, sinta minha dor,
Olhe as minhas lágrimas, neste recinto de vapor,
Meu coração rasga, feito uma veste dos nossos ancestrais.