O GARIMPEIRO
Cava a terra com orgulho,
abre a cata no “gorgulho”
co’as ferramentas que tem.
Pá, enxada, picareta,
às vezes até marreta
e alavanca também.
Leva ao ralo o escavado,
o pedregulho joga ao lado.
Vai formando seu paiol.
E vai, incansavelmente,
num trabalho permanente,
da manhã ao por do sol!
O paiol está formado,
precisa ser carregado
e na água apurar.
Na “canoa” é despejado.
O “ismirim” é preparado
para a peneira rodar.
Passa o “ismirim” no ralo,
enche suas mãos de calo,
vai aguentando o rojão.
Se apropria da peneira
e dentro da “lavadeira”
Começa a apuração.
Rodando a peneira grossa,
aí já não há quem possa
roubar-lhe o sonho sagrado.
Pois pode, a qualquer instante,
bamburrar em um diamante
que lhe deixe endinheirado!
Da grossa vai à meiã,
A peneira campeã
do diamante de quilate.
Um quilate é “quatro grão”,
gira, gira coração,
garimpeiro não se abate!
Lá vem a peneira fina.
Roda, roda essa menina
para um xibiu aparecer.
Se vier um xibiuzinho
a gente compra um tiquinho
de pinga para beber!
JUCVA IEIRA
IMPERATRIZ MA
11/04/2021