Crepúsculo de um Nordestino

De muito cedo, cruzei meu destino

Entre essa terra, uma enxada e um machado

Hoje estou vendo como o mundo está mudado

Um caco velho é o que restou do que vivi

Experiência, eu já dei, nunca vendi

Porem confesso, que estou bem preocupado

Tenho vencido as agruras dessa vida

Tenho falado, do profano e do sagrado

Tendo a minha santa mãe me avisado

Pra se viver, tem que seguir os mandamentos

E fui assim cumprindo sina e juramento

Nunca fui gado esperando no curral

E vi de tudo desde a infância até hoje

Porem confesso não me dei por convencido

Do que já fiz não estou arrependido

Pois infeliz é quem não consegue ser inteiro

Melhor ainda ser um vulgo seresteiro

Do que no jugo de quem quer só dominar

Nunca fui muito nem tampouco fui igual

De sol a sol fui sempre um bravo nordestino

Hoje estou vendo que cumpri o meu destino

Tendo tirado dessa terra meu sustento

Fiz da viola companheira e alento

E das lembranças retirei muitas canções