O poema da escuridão.
A noite estava tão escura
Não via nem um pedaço de giz
Há um palmo do nariz
E continuava assim tão obscura.
Não enxergava nada de negra
Nem mesmo uma agulha no fundo do palheiro
Sob a luz apagada do velho candeeiro
Mas eu não parava, apesar de tão nega.
Assim tão escura que nem breu
Que até o céu triste sem luar
O silencio que pairava no ar
A noite estava tão preta, que a luz se escondeu.
Assim estava a noite tão
absurda
Que nenhum poeta se atrevia
Numa noite preta e fria
Fazer uma poesia a sua amada formosura.
Foi quando do sonho acordei de supetão
No escuro a luz tinha ido embora
Não pude me conter e fiz na hora
Mesmo sem vê, o Poema da Escuridão.
O poeta...
Sempre na ativa
Sonha acordado
Dorme sonhando
Nunca desliga.
Em cada pernoite
Vive em vigília
Faz poesia
No silencio da noite.
Manaus, 20/06/22
José Gomes Paes
Poeta e escritor urucaraense.
Membro da Abeppa e Alcama