O meu coio
O meu coio, onde pescava com prazer
Era um lugar que só eu conhecia
Descobri por insistir tanto, fez-me merecer
A sorte de abarrotar na pescaria.
Um local muito virgem, meio que distante
Mas que valia a pena chegar até lá
O boiar dos peixes era uma constante
Que era lançar o caniço e os peixes pegar.
O meu coio era um local abençoado
Havia muitas fruteiras e peixes de toda qualidade
Você escolhia o que queria pescar
Que dependia muito de minha vontade.
Mas também era um lugar cheio de pasto
Canarana, mureru, sanguessuga, formiga de fogo
Com igapó e aningal bem ao lado
Talvez por isso tinha peixe a gosto.
Quando chegava no porto da pescaria
Os outros pescadores ficavam a observar
Qual a quantidade de peixes do dia
Doido pra saber onde vou pescar.
Vou contar a vocês onde é o meu coio
Fica bem distante, na cabeceira do lago
Mas que vale a pena umas boas remadas
E voltar com muitos peixes e o sorriso largo.
Eu ouvia muito essa palavra “coio”, que significa esconderijo.
Manaus, 19/08/2022
José Gomes Paes
Poeta filho de Urucará AM
Membro da ABEPPA e ALCAMA