Pelas Janelas de Pirenópolis
Do livro: Balaio Poético - Goiás em versos – Marta Souza
Pelas Janelas de Pirenópolis
Encanta-me ver pela janela,
Por entre serras se despontar
Anunciando um airoso dia,
O Sol brilhante que se revela.
Encanta-me ver pela janela,
Idosos felizes de mãos dadas
No velho banco da praça
Como num conto de Cinderela.
Encanta-me ver pelas janelas,
Moças com singeleza, vestidas,
Em belas estampas coloridas.
Oh, quão formosas donzelas!
Encanta-me ver pela janela,
Crianças empinando pipas
Brincando livres, sem pressa
Que imagem mais bela!
Encanta-me ver pela janela,
A velha igreja matriz
Símbolo de esperança e fé
Dessa gente tão singela.
Encanta-me ver pelas janelas,
Antigas palmeiras imperiais
Onde cantam os sabiás
E outros pássaros nelas.
Encanta-me ver pela janela,
Coloridas floreiras perfumosas
Com rosas, cravos e jasmins
Parecendo uma pintura em tela.
Encanta-me ver pela janela,
O fim de tarde em arrebol
Expondo-se em nuances
Em forma de aquarela.
Encanta-me ver pela janela,
Casais ainda enamorados,
Fazendo planos românticos
De casar-se na capela.
Encanta-me ver pela janela,
A velha ponte ainda em uso
Por ande passaram gerações
Tendo a Lua como sentinela.
Encanta-me ver pelas janelas,
Fiéis seguindo em procissão
Onde a fé alcança milagres
Iluminados à luz das velas.
Encanta-me ver pela janela,
Os lendários casarões,
Guardando tantas histórias
Como frutos numa gamela.
Com cheiro de cravo e canela
Guardo na memória cada cena
São retratos da saudade que
Encantam-me ver pela janela.
Pirenópolis é uma das cidades mais antigas de Goiás