Centauro
O silêncio reponta lembranças
Extraviadas na saudade
Os olhos já sem esperanças
Amargam sonhos cansados
O tempo conta sem pressa
Histórias de solidão
Coisas da vida e promessas
Esquecidas na ilusão
O vento, nunca o mesmo
A soprar velhos temores
Angústia que bate a esmo
Ressuscita antigas dores
Nas bordas do minuano
Nos extremos de sua lida
O ginete afrouxa as rédeas
Confia ao flete sua vida
Os olhos bebem no vento
Um gosto de despedida
Gaúcho fez sua história
Não negaceia o destino
No presente conta as glórias
De um coração peregrino
Quem na vida foi Centauro
Nunca perde a altivez
O minuano vincou em seu rosto
Uma saga de honradez
Homem e vento se enleiam
Nos corredores do pampa
Fantasmas de antigas eras
Herança de sonhos e guerras