FORASTEIROS DA ESPERANÇA
O grito se recolhe em silêncio
cordial ante o brilho do sol
O aperto no peito esmaece
à escuridão da noite sem luar
A lamparina do pescador
resiste à brisa sussurrante do lago
E os viajantes sem destino
estão em barco suspenso
como pluma a vagar...
Somos forasteiros viajantes
cultivando bosques outros e
esquecendo nossos jardins
Somos a chama da fogueira de Junho
O retoque das mãos que
se reencontram para dançar
Somos as lendas esquecidas
na beira do rio,
à espera de uma lamparina
a clarear...
Somos a Esperança de
um mundo melhor
que começa dentro
de cada um de nós...
(GONDIM, Kélisson. Forasteiros da Esperança. GONDIM, Kélisson (Org.).
In: Vozes Perdidas no Tempo. Brodowski: Palavra é arte, 2020, p. 148)