Sentado à porteira
Sentado à porteira (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)
Do alto da porteira,
Na manhã fria do mês de maio.
O poeta vai à estrada
Contemplar a paisagem matutina.
Vê o tucano voando baixo
De uma árvore e pousando na outra.
As formigas acordaram cedo
Indo carregar as folhas que estão picadas.
A mariposa voa desordenada
E vai sumindo entre as folhagens secas.
O vento úmido soprando no horizonte
Levanta os fios de cabelo tingidos pela natureza.
O bezerro berra perto do curral
Esperando o carinho da mamãe vaca.
A névoa branca ainda colore as árvores do horizonte
Deixando vê-las somente os troncos.
A rolinha pousa suavemente no mourão da cerca
Para comer o inseto que voava despercebido.
O sol nascente reflete o orvalho
Dando o brilho imaculado.
O poeta sorri e feliz está,
Pois a natureza lhe presenteou
Com a riqueza daquela manhã fria
Na relva da natureza daquele sábado.