Homem do sertão
Sou viajante, andarilho
Ser livre a vaguear
Não pertenço ao mundo
Sou do tempo a sonhar
Vivo intensamente
Vivo bem devagar
Inspiro e expiro
O importante é respirar
Vim da terra batida
Do sol escaldante
Onde a seca é presente
E a dor dilacerante
A mãe alimenta os seus filhos
Enquanto lhe falta o que comer
O pai vem com as mãos calejadas
A pele marcada
De tanto sofrer
Sacrifica o teu pão
Sacrifica o teu choro
Para com um sorriso
Se compadecer
Sabe amar nessa lida
Mesmo com a dor já vivida
Sem jamais se esquecer
Que do suor dessa terra
Do trabalho e da luta
Viveu mais ,sem viver
E eu teu legado
Sigo sempre em frente
Mesmo árduo
Mesmo urgente
Pertencendo a essa terra
Mesmo sem nada me pertencer