Memórias gonçalenses
Memórias gonçalenses
Miguel Wanderley de Andrade
(Ao escritor Josemar Alves Soares)
Emergi da tua memória,
reouvi línguas estranhas
de homens que vinham pra te esculpir.
Dinamitei tuas pedreiras,
modelei a topografia,
ante um rio correndo, sem freios,
e barrou-se ali.
Teu corpo em concreto, os pilares,
os prados, sirene, pomares.
e bandeirolas vibrantes,
para saudar presidentes!
Surge, enfim, um orgulho dentro de mim,
que o tempo molda e dissipa
sendo frágil e sem fim.
Fragmentado sertão!
Vem, assim, um desejo ao coração,
de contornar tua história,
teus contos de assombração.
Imprevisível sertão!