Origem

Do barro, do pote, do espelho, do pente

Fui crente na vida, no azar e na morte

Segui tantos nortes parei no Nordeste

De azul tão celeste pintei minha sorte.

Do que eu sou feita? O que eu carrego?

Tampouco me elevo, nem doi em dizer

Que o meu querer é feito Princesa

Com uma realeza que alegra de ver

Do espinho, do sol, de um e da gente

Riso insistente cortador tão navalha

Na estrada a falha que chama a saudade

E a verdade enganchada no chapéu de palha

Com um laço de açoite a vida vivendo

E eu só querendo mais tempo viver

Tentando me ler na página embaçada

Apagando a mágoa, rasurando o sofrer

De pau, de pedra, de vidro e de pó

De nó, de areia, de flor mussambe

Do que não se vê, de todo, de um só

Pingos de sol que esquentam um ser

Assim se desfaz qualquer filosofia

Que algum dia quis ser eterna

Pois é a rotina que berra agonia

Que vem da ousadia de quem diz ser poeta

Rosilene Leonardo da Silva

28/11/21

Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 11/12/2021
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