MEU SERTÃO, MEU “NORTE” – DO SEU JEITO!
Izaías Veríssimo de Castro
(Záias CastroVéris - 29/09/2015)
Olho adiante rumo a serra, vejo a caatinga seca
Olho o leito do rio já escasso, carente
Caminho da água virando caminho de gente
E a chuva não vem pra molhar e esfriar o solo quente
Olho pro alto só vejo o azul límpido do céu
Nenhuma nuvem sequer ameaça chorar água divina
De outro lado vejo um animal “a pastar”
Então paro e penso: coitado! tá comendo o que?
Ali não tem capim, quase mato algum
Só algodão de seda e suas plumas a voar
E mais ao longe a copa florida de um ipê
Mas a terra é forte, abençoada
E é nela que tem a esperança plantada
Que ele mesmo fraco está ali a cultivar
Aguardando a chuva chegar
A flora semi-adormecida
Despida e empoeirada pela seca que assola
Ainda assim impressiona e nos enche os olhos
Tem lá sua riqueza e espelha beleza
Pedacinhos de verde, e algumas flores aqui e acolá
Contrastam com o amarelão que a estiagem insiste
E é mestra em ilustrar
Oh! Meu sertão querido, sertão norte mineiro
Seus passarinhos mesmo assim não recuam a cantar
Ecoam suas melodias parecendo dizer:
Vamos cantarolar para esse povo amado alegrar
E aguardar a chuva chegar
Que por mais um tempo vai mudar o colorido
Transformar o cenário desse lindo lugar
Olho o asfalto ao longe, parece tremer, quase a derreter
E numa ilusão de ótica, sobre ele vejo um lago aparecer
Passo então a mão na testa, limpando o suor
Que insistentemente sobre a pele quer descer
Quão ardente é o sol do meu sertão...
Oh! Meu sertão querido, sertão norte mineiro
Tu és quente sim, e isso é evidente
Mas tens um povo lutador, esperançoso e “valente”
Tu és abençoado, idolatrado, terra forte, terra fértil
Seus filhos já estão acostumados
A chuva tarda mas não falha, ela vem pra procriar
E com certeza mais uma vez o seu povo vai fartar!
Záias CastroVéris é:
Izaias Veríssimo de Castro
(NAS LV-01A FL-273 – Janaúba/MG)
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