É TRISTE VER, MAS ASSIM O POETA DIZ...
Izaías Veríssimo de Castro (Záias Castro)
21/06/2021
É triste ver a palmos dos olhos a desolação do sertão
Arrepia sinistramente a alma e dói fundo no coração
Eis um cenário em que muitos se sentem sem direção
Eis um palco onde um poeta sente divina inspiração
E com sorriso ausente nos lábios, mas vivo nos olhos
Descreve em férteis versos a fé que de ti não esvaiu
Essa fé que brilhantemente guia tua mente
Que com maestria conduz tua mão a deslizar um lápis
A colocar no papel um novo cenário do abençoado sertão
Essa fé desprovida dos ímpios, e tão necessária
À leveza que nos inspira e transcende a aura
E que por sinais divinos nosso âmago acalma
Assim o poeta diz:
Oh, mato seco, hoje estás assim, penoso, sem sumo, sem cheiro
Mas em breve estarás vistoso, suculento e de cor verde brejeiro
Com muitos bichos a se alimentar e borboletas a lhe sobrevoar
Oh, rio seco, que pena, onde jorrava água, onde tantos corpos se banhavam
Onde tantos a sede saciavam, peixes nadavam e barcos navegavam
Hoje poeira levanta pairando no ar, nevoando a visão de quem o admirava
Mas num breve amanhecer tu novamente irá nos encantar
Oh, passarinho triste, de cantar sofrido ecoando em alarido
Hoje está assim, procurando abrigo, quase sem querer voar
Mas em breve novamente cantará e voará bem mais feliz
Pois não foste criado pra viver assim com ares de depressivo
É triste ver, mas assim o poeta diz...