Mote do interior
Não esqueço da casinha
Lá do meu interior
Onde vivi na infância
Sentindo cheiro de flor
Era um tempo abençoado
E eu não conhecia a dor
Eu fui galanteador
Fiz serenatas singelas
Não esqueço das canções
Cantadas sob as janelas
O violão que eu tocava
Apaixonava as donzelas
Quando ouço o cantar das marrequinhas
É sinal que se alegram com as chuvas
Esse ano pretendo colher uvas
E criar um casal de andorinhas
As pastagens eu vejo bem verdinhas
Com o gado eu vou ganhar dinheiro
Vou criar muitos porcos no barreiro
E ouvirei o que as aves cantarão
Deus afina a corneta do carão
Nas primeiras chuvadas de janeiro