A tristeza do remo, com a chegada do rabeta.
Onde a canoa me levava
Agora não leva mais
Com o remo e sua remada
Saudade, que ficou pra trás
Com a chegada do rabeta
Tudo se transformou
A canoa ficou xereta
E se encantou com o motor
E toda a viagem grande
O rabeta é o preferido
E o remo fica insignificante
Muito triste e esquecido.
Sou filho da natureza
Conhecido em toda parte
Respeite a minha realeza
Sou uma obra de arte
Da remada até a cabeceira
Dos lago, rio, igarapé e enseada
No passeio de canoa na brincadeira
O remo feliz com sua amada
Vou estar aqui sempre a servir
Quando de mim precisar
Ninguém sabe o dia que há de vir
Quando o motor resolver parar
Eu, que por muito tempo te acompanhei
Nunca te deixei na mão
Somos filhos da mesma mãe, eu sei
Somos companheiro, amigo e irmão.
Manaus, 08/04/2019
José Gomes Paes
Poeta e escritor urucaraense
Membro da Abeppa e Alcama