ÍNDIO APENAS

APENAS ÍNDIO

Ia e vinha sem qualquer licença

Tinha minhas próprias: cultura e crença

Deste-me o ódio e tua doença...

E nomeaste-me índio!

Falei tukano, katukina, maku

Pano, mura, txapacura, guakuru

Yanoama, karib, munduruku...

Mas somente ouvias índio!

Em tupi expressava meu tormento

Em macro-gê o esgar, sofrimento

Em nambiquara emiti meu lamento...

Só gemidos, e próprios, de índio!

Sou Ticuna, Guajajara, Guarani

Caiagangue, Xavante, Macuxi

Pataxó, Potiguara, Ianomâmi...

Tukano, e pra ti somente índio!

(Interação-homemagem ao “Índio” de Manuela Luccena.)

(São dois os grandes troncos de línguas indígenas no Brasil, o Tupi e o Macro-Jê, além de famílias linguísticas que, por não apresentarem graus de semelhanças suficientes, não podem ser agrupadas em troncos.

De acordo com o censo do IBGE (2010), existem 305 grupos étnicos no Brasil. Dentre eles, há dois troncos principais:

Macro-Jê: que inclue os grupos Boróro, Guató, Jê, Karajá, Krenák, Maxakali, Ofayé, Rikbaktsa e Yatê.

Tupi: onde estão os Arikém, Awetí, Jurúna, Mawé, Mondé, Mundurukú, Puroborá, Ramaráma, Tuparí e Tupi-Guarani.

A população indígena brasileira, que seria superior a cinco milhões à época do “descobrimento”, é hoje estimada em torno de 900.000 indivíduos. Ticuna - 35.000; Guarani - 30.000; Caiagangue ou Caigangue - 25.000; Macuxi - 20.000; Terena - 16.000; Guajajara - 14.000; Xavante - 12.000; Ianomâmi - 12.000;Pataxó - 9.700; Potiguara - 7.700).

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 04/04/2021
Reeditado em 04/04/2021
Código do texto: T7223483
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