15- COMO É CRUEL A SORTE (O MOTE) - CASOS E COUSAS SERTANEJAS - JOACA ROLIM
EU ANDO ATRAS DA DITA
E A DITA NÃO APARECE
QUANDO EU DEÇO A DITA SOBE
QUANDO SUBO A DITA DESCE
I
A dita eu fui procurar
Sem conhecer minha sorte
Pegando todo transporte
Mas nunca pude encontrar
E nem alguém me avisar
Que a dita é esquisita
E nela ninguém acredita
Porque a dita é escura
Sem deixar nunca a procura
Eu ando atrás da dita
II
Se um dia eu encontrasse
Não sei se eu conhecia
Era tão grande a alegria
Nem que o mundo rodeasse
E ao povo perguntasse
Se a dita vocês conhecem
E para mim eles dissessem
A dita é desconhecida
Já procurei toda vida
E a dita não aparece
III
Andei por toda paragem
Serra montanha e ladeira
Percorri toda ribeira
Nunca me faltou coragem
E dentro da grande viagem
Perguntei a todo nobre
E também a todo pobre
Todos disseram pra mim
Que a dita é sempre assim
Quando eu desço a dita sobe
IV
Estou bastante cansado
De subir e de descer
Só tenho faltado é morrer
De andar pra todo lado
Sempre andando apressado
A minha alma padece
Com esta luta esmorece
Da dita nada acredita
Veja como é a dita
Quando subo a dita desce