10- EU VIVO MATANDO O BICHO E O BICHO NUNCA MORRE (MOTE) - CASOS E COUSAS SERTANEJAS - JOACA ROLIM
I
Esse bicho eu vou matar
Ou de cassete ou de tiro
O tal bicho eu admiro
Pois nunca posso pegar
Quando nós dois se juntar
Já sei que ele não corre
É o tal bicho do porre
Que já tomo a capricho
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre
II
Esse bicho é sem cabelo
Já sei o quanto é valente
Misturado com aguardente
Ela faz o desmantelo
E ninguém arranja apelo
Só tendo ali quem forre
Mas com tudo ele concorre
Para se botar no bicho
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre
III
O danado não tem asa
Também nem pé nem cabeça
Desta vez ela conheça
Que não pode entrar em casa
Porque é um espalha brasa
Que a pobre da mulher corre
Só chega em casa no porre
Segurando no rabicho
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre
IV
Quando pelo uma bicada
Bebo toda que espicho
Só para matar o bicho
Que mandou o camarada
Quero matar sem zuada
Deixar no sol que ele torre
Cortar antes que ele brote
Somente os carrapicho
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre
V
Eu só conheço um jeitinho
Para o tal bicho morrer
O cabra nunca beber
Nem entrar no botequinho
Na cidade ou no caminho
O seu caráter não borre
A vergonha então socorre
E nunca queira um cochicho
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre
VI
Portanto vou terminar
Dando o meu bem parecer
Não é tão feio beber
Como é se embriagar
E a polícia agarrar
Sobre o cacete ele jorre
Nunca mais que ele desfarre
Sai todo fedendo a lixo
Eu vivo matando o bicho
E o bicho nunca morre