Rio Santo Amaro (Guarujá,SP)

Serpenteando a linda Pérola do Atlântico

O rio Santo Amaro sofre em silêncio

Silêncio talvez herdado da virtude do Santo

Ou da população que sofre em lamento

Rio que antes era navegado com canoas

De um povo que o respeitava para viver

Hoje sufocado por lixo de indústrias e pessoas

Vemos aos poucos o pobre rio morrer

Perfeito seria se lá pudéssemos nadar

Mas a água hoje é preta e fedida

O medo já não é nem de se afogar

Mas de se contaminar e perder a vida.

Rio Santo Amaro, tens várias histórias

Rio da minha terra, do meu Guarujá

Por que não olham por ti Santo Amaro?

Será que o progresso é te maltratar?

Matar seus peixes e o seu berço de lama?

Que para os seres marinhos é mais que um lar

A gente procura e não vê mais o amboré

A maria-mulata e o caranguejo-uça

A cultura ribeirinha já não existe mais

Hoje sofre o pobre pescador.

Traz na lembrança as histórias dos pais

Histórias do rio contadas pelo avô

Se pudéssemos voltar ao passado

E trazer os índios para te abraçar

E também trouxéssemos os colonizadores

Veríamos homens de coragem chorar

Até quando seremos indiferentes

Te conhecendo somente por mapas

Está na hora de te encarar de frente

O rio que era bonito no meio da mata

A cidade Guarujá a “Pérola do Atlântico”

Hoje o rio fornece a tinta para pérola pintar

A tinta feita de óleo, esgoto, lixo e toda sujeira

Hoje tu és a pérola negra do meu Guarujá

Carlos Duarte
Enviado por Carlos Duarte em 11/01/2021
Reeditado em 13/01/2021
Código do texto: T7157640
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